por Cesar Bolonha
Gostaria de agradecer a todos que me procuram para dar incentivo e solidariedade pelo momento que estou passando. Não seria justo citar nomes, pois com certeza todos estão guardados em meu coração.
Depois de ser demitido e de ter o link para o meu blog retirado do site do JCB, fui informado de que funcionários do Jockey amigos meus foram ameaçados de represálias e até demissão caso tocassem no meu nome. Obviamente o trabalho sujo não foi feito por nenhuma autoridade do Jockey, mas por uma pessoa que “acaba de chegar e já está querendo sentar na janela”, como diria o Romário. O que essa pessoa não sabe é que meu nome e o nome do meu pai estarão para sempre perpetuados na história do JCB, enquanto a verdadeira história dela está para ser contada e com os dias contados.
Aliás, por falar em história, meu pai passou por um episódio parecido nos anos 1970, quando sua entrada no Jockey chegou a ser proibida. Ele então alugou um apartamento na Selva de Pedra de onde dizia, na rádio, estar transmitindo as corridas “de cima do muro”. Tenho muitos documentos desse episódio, inclusive recortes de veículos de comunicação do porte da revista Veja, condenando a absurda atuação da Jockey no episódio. No próximo mês vou contar em detalhes essa história para vocês.
Comecei no Jockey aos 14 anos e estou hoje com 59. Trabalhei nas rádios Mundial, Eldorado, Ipanema e Fluminense, na revista Rio Turfe, no programa “O Favorito” e na TV Tupi. Criei na TV Turfe jargões como “J. Ricardo, a máquina de vitórias”; “Luis Urubatan Carlos, o locutor do povão”; “Ernani Pires Ferreira, a máquina de transmitir”; “Oscar Vareda, de sirene ligada”; “a pracinha do padock” (nas entrevistas com os profissionais do turfe); um passarinho que dava dicas; a boa; a bomba; retornei com o tiro do dia e a salvação da lavoura, criações de meu saudoso pai. Idealizei também um programa toda quarta-feira chamado “Bolonha e Cia”, onde eu entrevistava profissionais do turfe e turfistas em geral.
Entrevistei Venâncio Nahid, Alcides e Silvio Moraes, o inesquecível Gonçalino Feijó, Daniel Pinto da Silva e Sergio Luis Silva, Walnyr Penellas, Arthur Araújo, Fernando Hermany, José Lyrio Aguiar, Paulo Affonso, o saudoso “Pipo” e muitos outros. O único problema era que, nessas gravações externas, eu tinha que pagar do meu bolso lanche para os funcionários que comigo faziam essas reportagens, bem como combustível para seus carros. Nunca recebi ajuda de custo do Jockey. Fazia simplesmente por ideal turfístico. Prazer.
Aumento no aluguel, plano de saúde disparando, mas aumento de salário nunca recebi. Fui obrigado a reduzir o programa de quarta-feira, informando apenas retrospecto das corridas da semana. Criei o programa Reta Final, em que, antes das corridas de sexta-feira e segunda-feira, Natan e Hugo Paim comentavam as carreiras e eu dava as informações do dia. Devido aos problemas de saúde, do querido Natan, os comentários ficaram a cargo do professor Hugo Paim.
Criei frases visando melhoria do movimento de apostas, como “trifetas e quadrifetas, dão sempre os melhores rateios, você joga pouco para ganhar muito”. O nome do programa que eu apresentava, fazia muitos anos, era Mesa 28, pois era gerado pelo canal 28 da Net, mas começou a ser chamado de Turfe Espetacular por idéia minha, sendo aprovado pelo gerente de marketing do JCB, Urubatan Medeiros. Ajudei o André Cunha. Sempre achei que seria um ótimo comentarista e um bom nome para me substituir no comando do programa e nos comentários páreo a páreo. Ligava constantemente para ele e para o “Bira” pedindo atenção para algum detalhe que poderia ter passado despercebido pelos dois.
Fiquei surpreso ao ver que meu amigo Luis Carlos tenha sido escolhido para me substituir no programa. Mais uma mancada daquela que não entende nada de turfe (na verdade ninguém sabe muito bem como ela conseguiu todo o poder que agora está exercendo). André Cunha deveria ser o indicado para a função. Vejo agora que foram necessários três novos comentaristas para me substituir, somando-se ao André, o melhor, para formar um total de quatro: o Mauro “Tocha” com seus comentários de São Paulo, o C. Afonso, que marca muito bem, mas ainda está aprendendo a comentar; e o “jornalista” PG, como gosta se ser chamado, que fala, fala e não diz nada.
Listei algumas de minhas experiências profissionais no turfe. Agora, além de demitir o Ernani e eu, e de assustar o ganhador do GP Brasil com uma chuva surpreendente, quase machucando algumas pessoas que comemoravam na pista, o que mais fez pelo turfe a minha algoz?
Bom, eu não pretendo deixar o turfe e, se precisar, o Jockey terá mais um Bolonha “em cima do muro”. Essa senhora, porém, não levará quinze minutos para ser esquecida o dia em que for colocada para fora de lá. Para finalizar, lembrei-me de mais três jargões criados por este que vos escreve: “Se você jogar neste cavalo, ganharia no momento acima de X vezes, mas tem um pequeno problema, ele tem que passar na frente”; “Vá ao Jockey, sempre um bom programa”; e o que representa minha empolgação com aquilo que mais gosto de fazer, que é comentar corridas de cavalos, “Venham para o turfe!!! Hoje é dia de festa, tem corrida!!!”
PS: Muito obrigado ao site Raia Leve pela inclusão do endereço do meu blog entre seus links.
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Prezado Bolonha,
ResponderExcluirme solidarizo com você e o Ernani Pires
Ferreira que é (era), na minha opinião, disparado o melhor locutor
de turfe desse país.Quer dizer que
"as bruxas" do JCB eram vocês dois?
Realmente isto é de uma estupidez
inominável.A impressão que se tem
agora nas transmissões é que se trabalha com medo e puxasaquismo
explícito por parte da cátedra.Essa pessoa que está decidindo essas sacanagens não manja(eita termo antigo) nada de corridinhas,Gávea,JCB,etc.
É um retrato do país.A mediocridade
dando de goleada.Eu fico estupefato
do presidente do clube não ver isso.Não ter a sensibilidade de ver
que o Ernani e você estão intrínsecamente ligados as transmissões.É muita imcompetência
e arrogância junta.
Prezado Bolonha.
ResponderExcluirAcompanho as corridas da Gávea regularmente, mesmo não jogando mais. De uns tempos para cá, senti a sua falta e do Ernâni nas transmissões.O pior de tudo é que o resto da equipe não esclarecia o motivo de sua ausência e do Ernani. Só ontem, conversando com um amigo e que vim a saber das demissões. Já deu para percber que com a sua ausência e a do Ernani, as transmissões das corridas ficaram chatas, pois com certeza, o povo turfista, gostava também de suas brincadeiras e as do Ernani. Bola prá frente, pois pelo vista essa "assessora antimarketing" deve estar com os dias contados.