terça-feira, 5 de novembro de 2013

Boa tarde, meus amigos!

É um prazer comunicar a todos aqueles que me acompanham que estou retomando minhas atividades profissionais no site Raia Leve.

No início, além de indicações, vou republicar alguns textos de meu pai, Heitor de Lima e Silva, na seção Histórias e Estórias. Clicando aqui, você pode verificar o primeiro que foi republicado hoje.

Agradeço àqueles que torcem por mim e convido a todos para esta grande família que se reúne em torno do turfe. Quem tiver a sua própria estória, anedota ou comentário pode, por favor, ficar à vontade para enviar para o meu Facebook.

Quem sabe ela também não passa a fazer parte dessa história...

Um abraço,
Cesar Bolonha

sábado, 17 de março de 2012

RJTV sobre o Ernani:

http://globotv.globo.com/rede-globo/rjtv-2-edicao/t/edicoes/v/ernane-pires-ferreira-foi-locutor-do-jockey-club-brasileiro-por-42-anos/1862065

Meu Ernani...

“Meu Bolonha. Que carinho e que dedicação.” Com essas doces palavras, meu amigo Ernani Pires Ferreira dedicava um exemplar de seu livro para mim, no mesmo ano em que as Torres Gêmeas caíram. O mundo nunca mais foi mesmo, o que não significou muito para nós, que fazíamos o que gostávamos, realizados na vida.

Depois de um início com meu pai, ainda adolescente, na rádio, fui contratado em 1994 pelo doutor Luiz Macedo, então Diretor de Marketing, para atuar como repórter na TV Turfe. Logo passaria a comentarista oficial e apresentador dos principais programas do Jockey Club Brasileiro. Ao lado do Ernani, o locutor oficial, a imbatível “máquina de transmitir”, tive os melhores anos de minha vida.

Até que, em 2008, fomos sumariamente demitidos pelo presidente recém-eleito. Ernani e eu passamos por um longo período de depressão. Recentemente, soube que ele estava melhor e que vinha ganhando seu processo trabalhista contra o Jockey. O meu, perdi. Dizem que falei demais, que deveria ter respondido apenas “não”, quando o advogado do Jockey perguntou se eu era sócio do clube. Honesto, o espírito do comunicador se manifestou e eu respondi que não: “Mas a minha filha é, meu sobrinho é, minha ttia e primos são.”

Assim o Jockey teria provado que eu, que cheguei a ter FGTS retido de meus pagamentos, muitos dos quais não repassados ao INSS, nunca fui funcionário, mas um “amigo de sócios para quem se arrumou uma ocupação remunerada”. Ou coisa do tipo. Às vésperas de completar 60 anos e sem poder me aposentar por não poder contabilizar os quase 15 anos que trabalhei no Jockey, saí com uma mão na frente, outra atrás.

Felizmente, com apoio da minha família, estou bem melhor hoje. Voltei a sentir prazer em frequentar Jockey e assistir as corridas. De repente, no entanto, o tempo volta atrás quando fico sabendo da morte do Ernani. Para a alegria de momentos como aquela noite de autógrafos; para a tristeza de termos sido descartados como velhos “guardanapos de papel”.

Como disse o Ernani no livro: “Detesto quando começam a empilhar as cadeiras. E a minha saideira, cadê?”

Nunca deixei de sonhar que ainda voltaríamos aos bons tempos. Jamais deixarei de buscar isso, mas sempre ficará faltando alguma coisa por não podermos mais fazer isso juntos. Pelo menos nas corridas de cavalo daqui da Terra. Porque agora o Varêda já tem com quem dividir o trabalho no céu, com comentários de Luis Reis, “o cabeleira”, Haroldo Barbosa, “o pangaré”, e do meu querido pai, o Bolonha.

Por aqui, continuo torcendo pela pronta recuperação de outro amigo que também foi descartado nessa leva e vem sofrendo por isso, Hugo Paim. O “professor de verdade” está internado no hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá.

Mas o descarte não parou por aí, e o Natan Pacanowski, o grande radialista, o Pacheco da Copa de 1982, o herói que um dia resgatou meu filho pequeno perdido na praia, também está com problemas de saúde.

Que os turfistas possam rezar por nós, e Deus olhe por todos.