sábado, 3 de maio de 2008

Como nascem os campeões

por Cesar de Lima e Silva

Turfe é “o esporte dos reis”, como todo mundo fala, e por isso mesmo um de seus principais valores é a tradição. Daí a importância em nosso país de provas como o GP Brasil, disputado desde 1933. No exterior, uma das provas mais tradicionais é o Kentucky Derby, cuja primeira edição foi em 1875. Ele é disputado sempre no primeiro sábado de maio em Chruchill Downs, no estado de Kentucky, que fica no centro dos EUA, mais para o leste, ao lado de Virginia, onde se localiza a capital Washington DC. Ou seja, estamos às vésperas da edição de número 134. Para ser um pouco mais preciso, faltam cerca de 17h.

Por isso também, vínhamos falando tanto de Curlin nos últimos dias. O melhor cavalo da atualidade, pelo menos o mais premiado, chegou terceiro no Kentucky Derby do ano passado. A importância da prova reside justamente no fato de os melhores cavalos do mundo costumarem ser revelados ali. O mesmo cavalo que ganhou disparado a última Dubai World Cup, cujos US$ 6 milhões são o maior prêmio do mundo, chegou terceiro no Kentucky Derby, em uma de suas primeiras provas. O vencedor na ocasião foi Street Sense, outro cavalo fantástico, mas que, aos 4 anos, já foi para reprodução. Esse é um fenômeno que tem sido cada vez mais comum: cavalos jovens, cujos donos preferem poupá-los a continuar os submetendo aos riscos da competição.

Nos EUA, o Kentucky Derby é conhecido como “os 2 minutos mais emocionantes do esporte”. Esse é mais ou menos o tempo que dura a prova de 2 mil metros. Raros são os cavalos que completam abaixo dos 2 minutos. Em toda a história, apenas dois cavalos conseguiram o feito: Monarchos, em 2001, e Secretariat, em 1973. Este acabou tríplice coroado. Este ano completam 30 anos que não há um tríplice coroado nos EUA. Os últimos foram Seattle Slew e Affirmed, respectivamente em 1977 e 1978.

A tríplice coroa lá é formada pelo Kentucky Derby, pelo Preakness Stakes, em Baltimore, Maryland, duas semanas depois da primeira prova, e pelo Belmont Stakes, em Belmont Park, em Nova York, três semanas depois da segunda. O termo “tríplice coroa” foi criado pelo jornalista norte-americano Cahrles Hatton, em 1930, quando Galant Fox ganhou as três provas, repetindo o feito de Sir Barton, em 1919. Diversos países têm provas de tríplice coroa, sendo o ponto em comum que elas são em distâncias diferentes e voltadas para cavalos em início de carreira, com 3 anos de idade.

No Brasil, o Derby é a última prova da tríplice coroa, o GP Cruzeiro do Sul, no Hipódromo da Gávea. O último foi no dia 13 de abril, vencido por Time for Fun. Para mais informações sobre o Kentucky Derby de mais tarde, vejam a coluna de Maurício Ielo no site do JCB, aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário