terça-feira, 6 de maio de 2008

Otimismo

por Cesar de Lima e Silva

Segue artigo de Ozires Silva, publicado ontem na Gazeta Mercantil, que não trata de turfe, mas possui relação direta com tudo o que diz respeito à nossa postura diante da vida.

Por que motivo "os otimistas vencerão sempre"

5 de Maio de 2008 - Em recente viagem à Europa, por coincidência pude ler, no jornal Financial Times, de Londres, com o título acima um artigo publicado e assinado por Luke Johnson, empreendedor e empresário da capital britânica. Confesso que fiquei curioso.

O autor do artigo começa seu texto comentando que "se quiser ficar deprimido todos os dias, procure ouvir o programa, ou entrar no website, do Today da BBC". Segue observando e generalizando que a mídia parece enfocar que os acontecimentos mundiais são sempre terríveis, e o mais grave, tudo vai ficar pior.

Continua o articulista londrino, que prevalecem questionamentos constantes, sobre tudo, dentro de um permanente ambiente de ceticismo. E, ao longo do seu artigo, questiona se há necessidade de ser sempre assim.

Como observação do nosso lado, parece que no Brasil esse clima também não está distante, embora possamos ter razões de sobra para comemorar avanços não somente no ambiente local como em todo o mundo, embora muito ainda deve ser corrigido e ser feito.

A humanidade tem conseguido progressos fantásticos nos campos da ciência e da tecnologia. Se falarmos em telecomunicações, por exemplo, o nosso País dispunha, em 1990, de apenas 2 milhões de telefones instalados em residências. Hoje, com quase 20 milhões de posições fixas agregam-se cerca de 140 milhões de celulares. Estamos nos aproximando da inacreditável quantidade de um telefone para cada habitante.

Em que pesem todos os problemas do transporte aéreo brasileiro não se pode deixar de admirar os fantásticos aviões de hoje, sofisticados e seguros, que prestam um serviço às pessoas e ao País difícil de ser quantificado pelo que representa como contribuição ao desenvolvimento econômico. O avião aqui é usado como exemplo, mas os mesmos atributos de avanço e habilidades das equipes de projetistas estão presentes na criação de uma miríade de produtos, os mais variados, que tornam nossas vidas mais fáceis e eficazes.

Os intelectuais estão produzindo trabalhos realmente destacados. Pensadores trazem à luz problemas e soluções sociais não imagináveis há poucos anos. A ciência projeta melhorias no campo da saúde e bem-estar generalizado, trazendo resultados concretos para a agricultura, indústria e serviços. A expectativa de vida das populações cresce. Até a circunspecta Organização das Nações Unidas (ONU) arrisca dizer que o mundo está enriquecendo e que, muito possivelmente, ainda podemos ter a expectativa que a renda per capita mundial neste século XXI será o dobro da que se observou no final do segundo milênio.

É claro que dentro dessas perspectivas, problemas existem e que precisarão ser resolvidos. Todavia, o mundo está crescendo pela iniciativa de cientistas, pensadores, intelectuais, técnicos e pessoas em geral que acreditam. Que acham que podem moldar um futuro diferente. Que investem no desconhecido para aprender e produzir mais. Com a coragem dos vencedores arriscam-se a novos caminhos para que possam, por meio do desenvolvimento de seus estudos e pesquisas, produzir algo melhor e que contribua mais para que a vida de todos se torne mais fácil.

Recentemente foi divulgado que não se começa uma nova guerra no mundo há três anos e se constata que é a primeira vez, na história da humanidade, que isto ocorre. Paralelamente, nestes anos o comércio exterior internacional atingiu números, e marcou recordes, jamais vistos no passado. Será que a grande esperança da paz mundial será obtida por meio do mercado de trocas entre países, regiões e pessoas?

Todo este cenário justifica otimismo e parece que Luke Johnson tem razão. Não há necessidade de tanto pessimismo e de tamanha quantidade de fel ser jogada nas existências dos "fazedores de riqueza" do mundo produtivo moderno. Há muito o que fazer e produzir. A economia global oferece desafio para todos. Uma boa idéia, de alguém que seja pequeno, pode derrubar um grande nome da produção mundial. Não há mais barreiras para que qualquer iniciativa, começada mesmo fora das regiões tradicionais, não possa lograr êxito no competitivo, mas competente, mercado mundial.

Assim, a mensagem de Luke Johnson, vinda da Inglaterra, é que devemos pensar grande e que, para aqueles que tenham confiança em produzir fatos e períodos futuros melhores, não há necessidade de sucumbir perante a quantidade de más notícias que nos chegam todos os dias.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) OZIRES SILVA* - Diretor-presidente da mantenedora da Universidade de Santo Amaro. Ex-presidente da Embraer.

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