terça-feira, 15 de abril de 2008

O COMEÇO

por Cesar de Lima e Silva

Tenho 31 anos e entendo pouco de corridas de cavalo. Curiosamente, uma de minhas primeiras experiências profissionais foi cobrindo turfe no Jornal dos Sports. Sou jornalista formado pela PUC-Rio e, há 10 anos, ganhei uma oportunidade do Zig que era editor do jornal e da Revista do Jockey, onde ele também me permitiu escrever pela primeira vez sobre o meu avô. Lembro que a Manoela Penna, filha do jornalista Carlos Leonam e que também estava se formando na PUC-Rio, também começou a carreira escrevendo para a revista, nessa mesma época.

Depois fui para a Folha de S.Paulo, passei pelo mercado financeiro, na Planner Corretora, com meu amigo Marco Simões, e pela agência de comunicação do Francisco Soares Brandão, até abrir a minha própria, a Cellera Comunicações. Se não fui eleito jovem revelação no meio do turfe, como meu pai, tenho flashes de memória de muito pequeno, quando chegava com meu avô nas cabines de rádio do Jockey e entendia os locutores dizerem: ”Oitava (sic) partida para o primeiro páreo”.

As escadas com forro de madeira que levavam às cabines continuavam lá pelo menos até pouco tempo. Meu avô também ficou, na imagem do quadro acima, que está exposto na tribuna de imprensa do Hipódromo da Gávea. As imagens desse quadro e dele na praia, cercado por netos e amigos, são as principais que guardo dele. Muitos conheceram de nome o Marcellinho, a Giselle e a Danielle, para quem ele sempre mandava suas barbadas, nos finais de semana. Esses netos foram criados por ele, na casa dele, como se fossem filhos. Mas nos Matinais do Turfe, os programas de sábados e domingos, eles costumavam estar com a minha avó (a diretora, como dizia o vovô), em Corrêas. Enquanto isso, muitas vezes, eu ia assisti-lo fazer o programa e depois ficava brincando de jogar futebol, chutando qualquer coisa no gramado da Tribuna Social.

Mais de um quarto de século depois desses primeiros passos, estou de volta ao turfe, editando este Blog do Bolonha. Obviamente, a coordenação geral é do meu pai, que passou a vida acompanhando as corridas, ainda que profissionalmente não tenha ficado esse tempo todo envolvido com o Jockey. Na noite passada, sonhei com o velho Bolonha. Achei que poderia ser algum sinal, mas ele não disse nada. Só deu tempo de eu lhe contar que o América caiu para a segunda divisão. Mas acho que ele não vai ligar de reproduzirmos aqui algumas das colunas que publicou, por muito tempo, sob o título “Histórias e Estórias”. Além disso, tenho um arquivo com músicas de sua autoria e até os primeiros capítulos do que parece um livro chamado “Revolto: o Tordilho de Ouro”.

Acabei me envolvendo com este blog porque pretendia fazer uma biografia dele. Agora vou dividir tudo o que tenho com aqueles que se juntarem a nós nessa caminhada, seja como leitores, seja como colaboradores, ou ambos. Além da “Cocheira de Vidro”, seção em que meu pai vai escrever toda quarta-feira, teremos colaborações freqüentes de Luiz Pacanowski (filho do Natan), com o “Infoturfe”, às quintas; Sérgio Melgaço, com “Nos Mínimos Detalhes”, às segundas; Hugo Paim, com “Professor de Verdade”; e Dagoberto Midosi, com “De Volta ao Passado”. Eventualmente ainda contaremos com textos de Ernani Pires Ferreiras, de Fernando Botelho, ente outros.

Vou editar o blog e, às vezes, escrever. Certamente não sobre as corridas, mas sobre os cavalos, as pessoas e até sobre as crianças que ainda jogam futebol no gramado da Social e tudo o mais que me despertar a curiosidade nessa vida turfista. Espero que seja um prazer para todos.

Gostaria de agradecer aos patrocinadores que estão apoiando esse projeto desde antes mesmo do seu lançamento: C.T. APCCRJ; C.T. Verde e Preto; Haras Anderson; Haras Regina; Haras The Best; Haras Estrela Energia; Stud Alvarenga; Stud Amigos da Barra; Stud Antonio Felipe; Stud Daltex; Stud Estrela Energia; Stud ETC; Stud Patylippe; Stud Santiago de Compostela; e Stud São Francisco de Paula.

3 comentários:

  1. senhor bolonha, primeiro gostaria de parabenizá-lo por este blog, pois irá ajudar e muito, principalmente a classe turfistica. o meu pedido(ajuda), seria , se o senhor, já que tem grande influência no meio turfistico de nosso país(brasil), pudesse de alguma forma ajudar nós turfistas que nos utilizamos de um handcap, que já consta na revista turf brasil, mais somente nos programas do rio de janeiro e são paulo, que é a colocação em que o cavalo entra na reta de chegada. gostaria de saber se o amigo, com a sua influência de comunicação em todos os hipódromos deste brasil, se poderia ajudar, de alguma forma, para que esse handcap também pudesse ser colocado na revista turf brasil, nas corridas do rio grande do sul e parana ? com certeza, iria ajudar uma grande parte da classe turfitica e com certeza iria aumentar o movimento de aposta dos pareos. desde já agradeço pela atenção e aguardo de alguma forma, a sua ajuda , se puder é claro, em nome de toda a classe turfistica que se utiliza deste handcap.

    ResponderExcluir
  2. Pode deixar que vamos passar o pedido para os editores da revista. Um grande abraço, Bolonha.

    ResponderExcluir
  3. Excelente o Blog César.
    Eu também era um desses que ficava chutando supostas "bolas" naqueles jardins.Época boa aquela não é...
    O Jockey precisa dar sempre continuidade a isso. Esse Blog com certeza ajudará muito para que o apainonado pelo Turfe se mantenha atualizado e ao mesmo tempo conheça um pouco da vida daqueles que fizeram, fazem e farão com que mantenhamos viva essa nossa paixão.
    Parabéns pela iniciativa.
    Abraço

    ResponderExcluir